O futuro da automação ferroviária e metroviária

25/08/2016 21:11
Imagem: metrô sem operador.

Imagem: metrô sem operador. Fonte

Um estudo publicado no jornal Technological Forecasting and Social Change, volume 110, aborda o futuro da automação no ramo ferroviário e metroviário por meio da metodologia Technology Roadmap (TRM). O projeto é baseado nos principais setores em que a automação influencia o transporte de cargas e principalmente de passageiros, visando a melhoria dos serviços, a agilidade e a redução de custos.

A automação relacionada à esse campo evoluiu à partir da necessidade de aumentar a segurança para os sistemas ferroviários. Com os avanços tecnológicos, a automação é aplicada no controle e na otimização dos sistemas, substituindo e executando tarefas manuais por meio de soluções tecnológicas. A metodologia aplicada, conhecida como Technology Roadmap, estabelece uma relação entre as necessidades futuras de mercado, a tecnologia atual das empresas e a tendência da tecnologia no mundo. Seu resultado é uma gama de possíveis condições futuras e um cenário esperado para o setor ferroviário e metroviário, que descrevem o desenvolvimento mais provável para os condutores do mercado.

Como base desse meio de transporte, o estudo em questão aponta quatro principais influências de mercado: a demanda de capacidade, a eficiência energética, a satisfação dos passageiros e a redução de custos.

O aumento da capacidade para trens e metrôs é uma questão complexa, devido aos inúmeros fatores interligados que a envolvem: infraestrutura, material circulante, força motriz, funcionários e estratégias operacionais. Restrita por limitações físicas e financeiras, o aumento da capacidade exige mais inovações tecnológicas e também mais prazos de entrega.

A eficiência energética desse setor apresenta bons resultados atualmente, quando comparada a outros meios de transporte. No ano de 2010 o consumo específico de energia do transporte de passageiros foi de 0,29 kW/hora por passageiro por quilômetro, valor correspondente à um terço do transporte aéreo e quase metade do transporte de automóveis. A situação é semelhante com a emissão específica de dióxido de carbono, que aponta o valor de 59,8 g por passageiro por quilômetro. A automação tem papel fundamental para o contínuo desenvolvimento da eficiência energética, tendo em vista a otimização de energia, a prevenção de conflitos de rota e a operação automatizada.

Os principais fatores que garantem a satisfação dos passageiros estão relacionados com o conforto, a pontualidade, a comunicação, a informação e o preço. A automação desempenha importante papel para o sucesso dessas atividades, onde inovações tecnológicas constantemente elevam a aprovação pelos usuários.

Devido à concorrência no mercado de transportes, os custos do ciclo de vida, de operação e de manutenção devem ser diminuídos significativamente. Para alcançar valores competitivos no mercado a automação tem a função de reduzir custos automatizando atividades de manutenção, oferecendo sistemas mais confiáveis e desenvolvendo estratégias para diminuir o nível de manutenções nas locomotivas e inclusive na infraestrutura.

Como resultado do estudo, são apontadas diferentes porcentagens que caracterizam as mínimas e máximas possibilidades dos dirigentes de mercado, além do cenário esperado.  Para a demanda de capacidade é esperado um aumento de 50% até o ano de 2020; enquanto para a eficiência energética, é previsto um decréscimo de 30% nas emissões de dióxido de carbono até o ano de 2030. A pontualidade é um fator crucial para a satisfação dos passageiros, que tende a melhorar 92%. Por fim, o aperfeiçoamento de funções pode levar a uma redução de custos de 25% até o ano de 2020.

Para mais informações, acesse:

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0040162515004217