O futuro da automação ferroviária

31/03/2016 17:40
Imagem: metrô de São Paulo. Fonte

Imagem: metrô de São Paulo. 

É possível prever o futuro? Como o mercado estará daqui alguns anos? Quais serão as necessidades dos clientes? Quais serão as próximas principais tecnologias desenvolvidas?  Pesquisadores da Universidade Técnica de Hamburgo, Alemanha, em parceria com a Universidade Estadual de Portland, Estados Unidos, tentaram responder a todas essas perguntas por meio de uma abordagem de “roadmap”, um processo que permite analisar pontos futuros, novas tendências, tecnologias e possíveis riscos vinculados em curto e longo prazo. Desta forma, realizaram o processo visando o futuro da automação ferroviária e, assim, criaram um método de auxílio às empresas nas tomadas de decisões.

O “roadmap” é uma ferramenta muito útil para gestores de produtos, pois permite preparar o seu produto para o futuro pensando em três principais perguntas “Onde queremos chegar?”, “Onde estamos?” e “Como chegaremos lá?”. A ideia dos pesquisadores foi usar essa a tecnologia “roadmapping” para criar um conjunto de possíveis caminhos em que o futuro pode seguir e por meio de métodos tanto qualitativos quanto quantitativos analisar a relevância e a sensibilidade de novos produtos frente aos eventuais novos cenários. Isto é, o método se baseia em análises da literatura e de especialistas sobre o presente e projeções sobre o futuro. Desta maneira, extrapolam-se os números para diversas combinações de cenários e se busca uma relação dessas mudanças com novos produtos e tecnologias. Tudo se resume em identificar qual é a influência no cenário global se modificar determinada tecnologia.

Nas últimas décadas, o crescimento da automação no setor ferroviário surgiu com a necessidade de aumentar a segurança no transporte. Antes apenas com funções básicas, hoje já capaz de controlar um sistema todo de transporte. Um avanço oriundo das necessidades da modernização, como maior capacidade de carga, mais rápido, seguro e, principalmente hoje, mais eficiente. Em 2012, 25 cidades possuíam metrô autônomo, somando 585 estações e 588 quilômetros. As expectativas para o setor são de crescimento, espera-se que até 2025 se tenha 1400 quilômetros de linhas férreas 100% automatizadas. Porém, o que se buscou com a pesquisa foi identificar um cenário futuro para o setor observando as principais demandas de produtos e tecnologias para atingir esses números.

A partir das atuais necessidades de mercado (maior capacidade de carga, eficiência energética, satisfação dos clientes e redução de custos), os pesquisadores aplicaram todo o método e identificaram as seguintes listas de prioridades.

Imagem: lista de prioridades de produtos e sistemas. Adaptado.

Imagem: lista de prioridades de tecnologias. Adaptado.

Imagem: lista de prioridades de produtos e sistemas. Adaptado.

Imagem: lista de prioridades de produtos e sistemas. Adaptado.

Com essas listas é possível identificar as necessidades futuras do mercado e o que o setor da automação ferroviária pretende mudar no mundo. Observa-se que o desenvolvimento de produtos, sistemas ou tecnologias de eficiência energética não ganharam tanta importância, isto devido ao já alto nível de desenvolvimento desta área no transporte ferroviário, segundo os pesquisadores. Reduzir os custos foi o principal objetivo observado, principalmente nas áreas de operação e manutenção. Portanto, o futuro da automação caminha nestas direções, ampliando a influência sobre essas áreas, desenvolvendo novas tecnologias tendo sempre em vista as necessidades do mercado.

Para mais informações, acesse:

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0040162515004217#

Nova unidade compacta de rastreamento e monitoramento

09/03/2016 12:12
Imagem: unidade compacta de rastreamento e monitoramento.

Imagem: unidade compacta de rastreamento e monitoramento instalada.

A Lat-Lon, empresa americana especializada em soluções de monitoramento e rastreamento via GPS de veículos, desenvolveu um novo produto com grande potencial ao setor ferroviário: uma unidade compacta de rastreamento e monitoramento. Movido a energia solar, a nova unidade foi projetada para caber em pequenos espaços e, desta forma, coletar e transmitir dados em tempo real de qualquer lugar do mundo para os computadores dos clientes ou até mesmo para dispositivos móveis com Android ou iOS via 4G.

Rastrear e monitorar as condições de operação são fundamentais para o bom funcionamento de uma empresa de transporte. Essas informações aumentam a segurança das locomotivas, dos vagões e da carga, estendem a vida útil dos equipamentos, reduzem os custos com manutenção e, assim, contribuem para o sucesso do transporte. Por conta disso, a Lat-Lon desenvolveu essa tecnologia compacta, capaz de ser instalada em pequenos espaços, para facilitar a coleta e a distribuição dos dados.

Com dimensões de 11″x 2,75″x 1,75″ e 0,5 quilogramas, a nova unidade possui as seguintes funções: fornecer a localização via GPS incluindo a velocidade do veículo e o trajeto; sensores de temperatura, pressão, umidade e de impacto. Outro recurso é a praticidade de receber informações em dispositivos móveis, como celulares ou tablets via comunicação 4G. Além disso, o novo equipamento apresenta bateria com células foto recarregáveis e duração de até 5 dias sem sol, assim, a empresa projeta uma longa vida útil ao dispositivo com cerca de 7 anos, quando operado em seu modo padrão de transmissão dos dados a cada 10 minutos.

Desta forma, o novo equipamento da Lat-Lon ganha muitas aplicações no ramo de rastreamento e monitoramento,principalmente no setor ferroviário, desde captar informações de dentro dos vagões sobre as cargas ou até de pequenas peças importantes para os veículos. Assim, a nova unidade compacta  contribui para um transporte mais seguro e eficiente.

Para mais informações, acesse:

http://lat-lon.com/Compact-tracking-unit

Portas de plataforma vs Suicídios – A mudança na Coreia do Sul

01/03/2016 21:23
Imagem: Portas de plataforma da Citybanan. Fonte

Imagem: Portas de plataforma Fonte

Suicídios em ferrovias e metrôs afetam consideravelmente a população, causando danos não só nos horários dos trens, como atrasos e cancelamentos, mas também grandes danos psicológicos aos que testemunham os incidentes, incluindo os maquinistas e os outros passageiros. Para resolver esse problema, como também o de acidentes, muitas estações pelo mundo instalaram diferentes tipos de portas de plataforma que bloqueiam o acesso das pessoas às linhas. Mas, afinal, qual foi o resultado disso? Existe um tipo de porta mais eficiente? Pesquisadores da Coreia do Sul investigaram esta mudança e divulgaram os resultados de 10 anos de análise.

A Coreia do Sul teve um crescimento alarmante de suicídios em linhas ferroviárias nas últimas décadas. De acordo com os números divulgados pelo país, os incidentes aumentaram de 18 casos em 1995 para 94 casos em 2004. Além disso, a Coreia do Sul era o país com a maior taxa de suicídios no mundo em 2012. Estes números preocuparam o governo que, desta forma, lançou no mesmo ano um plano de segurança básica no país previsto para finalizar em 2016. Dentre várias medidas contidas neste plano, uma delas foi a de instruir as operadoras das linhas ferroviárias a instalar portas de plataforma nas estações que ainda não possuíam essa tecnologia. Visto a importância que o governo deu as portas de plataforma, os pesquisadores da Universidade da Coreia resolveram divulgar os resultados obtidos e ampliar o conhecimento existente na literatura sobre o assunto.

Dentro do cenário existente no país, os pesquisadores analisaram os reflexos da instalação de portas de plataforma ao longo de 2003 e 2012 nas estações da Coreia do Sul. Ao longo desses 10 anos foram estudadas 121 estações, sendo que nos primeiros 2 anos de estudo nenhuma delas possuía a tecnologia das portas. Somente em 2005  duas estações instalaram as portas e começaram a mostrar resultados significantes.

Os resultados ficam mais evidentes quando expostos na tabela a seguir.

Imagem: tabela adaptada.

Imagem: tabela adaptada.

Na tabela, os resultados estão apresentados de acordo com os anos de pesquisa e divididos pelo critério de apresentarem ou não as Platform Screen Doors (PSD). No lado esquerdo da tabela estão os números de suicídios em estações sem as portas, já do lado direito estão os números das estações com as portas e o total de suicídios somando-se as duas situações. Observa-se uma brutal diferença entre os dois lados e, assim, comprova-se a eficiência das portas de plataforma.

Após analisarem todos os números, os pesquisadores concluíram que as portas de plataforma reduzem até 89% do número de suicídios nas estações ferroviárias e metroviárias. Porém, essa taxa poderia ser de até 100% se todas as portas possuíssem uma altura maior do que a que um homem consiga escalar, visto que das 121 estações analisadas apenas duas apresentaram novos incidentes, pois possuíam portas com 1,65 m de altura e permitiram o acesso das pessoas à estrada. Desta forma recomenda-se a utilização das portas maiores para bloquear completamente o acesso das pessoas à linha ferroviária e, assim, aproveitar o máximo da tecnologia.

Para mais informações, acesse:

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165032715310971