Imagem: ferrovia sobre os prédios.
Com o avanço da ciência moderna surgiu, no século XIX, o gênero literário de ficção cientifica. As novidades vindas da ciência despertaram a curiosidade e a imaginação de vários autores que aproveitaram o momento e começaram a incluir em suas obras, ainda de forma bastante fantasiosa, o impacto da revolução tecnológica no mundo e na humanidade. Porém, alguns autores se aprofundaram no tema, isto é, passaram a fundamentar as suas histórias em leis físicas e se preocuparam em deixá-las cada vez mais coerentes. Essa vertente enxergou o mundo com base nas possibilidades da ciência e, assim, surgiram muitas invenções na literatura que buscaram solucionar problemas reais com a criatividade de cada autor. Obras de muito sucesso foram criadas e, com isso, passaram a influenciar a ciência em seus novos desenvolvimentos. É a vida trocando de lugar e, desta forma, passando a imitar a arte. A literatura começou a “prever o futuro” e, hoje, já temos muita tecnologia inspirada na ficção cientifica.
Essa influência da ficção cientifica na criação de novas tecnologias foi percebida por pesquisadores da Universidade de Cantabria, Espanha, que desenvolveram uma pesquisa na literatura de ficção do século XX, principalmente quadrinhos, buscando invenções no setor de transportes. O fascinante setor mundo das ferrovias inspirou um grande número de autores, tanto que, nessa pesquisa, há um capítulo exclusivo de propostas e análises de novas tecnologias que poderão, quem sabe, um dia sair da literatura e se tornarem reais.
Como primeiro exemplo, temos uma ferrovia pensada para um futuro, não tão distante, onde o espaço é escasso e os trens são projetados para se moverem em uma viga suspensa no meio da cidade e com plataformas de embarque e desembarque nos prédios. Na figura abaixo pode-se observar a ferrovia.
Imagem: Ferrovia entre os prédios.
O “Flying Train” é um outro exemplo. Publicado em 1919 na Revista Ciência Popular, a proposta consiste em um veículo híbrido, isto é, uma mistura de avião com trem que se locomove em uma ferrovia também elevada.
Imagem: Flying Train.
Em 1934, há também uma publicação na URSS de uma “ferrovia anfíbia”. Uma construção com mais de 500 km de extensão permitindo o veículo sair do trilho e andar na água para, como exemplo, atravessar um rio quando necessário.
Imagem: Ferrovia anfíbia.
Outro exemplo criativo é de um quadrinho onde há uma cabine de estádio destinada para transmissão de eventos esportivos que se move horizontalmente por trilhos de acordo com o movimento do jogo.
Imagem: Cabine de transmissão móvel.
Além de todos esses exemplos mostrados, há outras propostas que relacionam o setor de produção com o setor ferroviário, pensando em novos veículos e configurações para o transporte de produtos dentro de uma indústria, e propostas de novas fontes de energia que poderão, talvez um dia, ser aplicadas, como baterias atômicas. Para vê-los, basta acessar o link do artigo completo disponibilizado no final dessa postagem.
Percebe-se que a ficção científica do século XX esteve preocupada com as questões do espaço e do transporte de massa nas cidades do futuro. De fato, hoje essas questões desafiam a engenharia e se buscam cada vez mais novas soluções. A ficção demonstrou algumas propostas, resta agora saber se a ciência imitará a arte, mais uma vez, e aplicará esses princípios no nosso futuro.
Para mais informações, acesse:
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1877042814063320