Pesquisa propõe vagão automatizado para transporte de pequenas cargas

19/09/2017 16:10

Imagem: Diagrama de montagem do motor no vagão experimental

Com o objetivo de tornar o transporte ferroviário de carga mais eficiente e competitivo, uma pesquisa experimental feita pela Mediterranea University of Reggio Calabria, na Itália, em parceria com a COELDA SRL e a empresa nacional de ferrovias, desenvolveu um novo conceito de vagões automatizados e com tração própria, visando o transporte de pequenas cargas.

O estudo focou em 2 aspectos: os componentes tecnológicos e protocolos computacionais para acompanhar o movimento do vagão remotamente e a união automática de 2 vagões; e a arquitetura do sistema que integra a operabilidade da estação com a da linha.

O vagão de carga inteligente e automatizado é a base de um novo conceito de manipulação de frete ferroviário. No sistema tradicional, a ferrovia é lenta e antieconômica para transporte de pequenas cargas, tipicamente em um único vagão. Além disso, também mostra ineficiências significativas e custos de pessoal correspondentes às estações. Com o tempo, preferiu-se optar por mais sistemas econômicos, como o transporte de contêineres de formação fixa de origem para destino, com foco na formação das composições nos principais nós intermodais (grandes estações, plataformas logísticas, etc.) e desistindo da difusão capilar da ferrovia no território. O modelo proposto combina as vantagens da velocidade com a economia do transporte ferroviário e de uma concentração de custos e tempo de manuseio nos terminais. A base é o uso de vagões inteligentes capazes de se mover de forma autônoma, sem presença humana a bordo. O principal objetivo é operar vagões controlados remotamente nas áreas adequadamente equipadas.

No artigo, são descritos alguns dos componentes tecnológicos do vagão inteligente, como sistema de tração, frenagem, e sistema de engate automático. É descrito, também, o equipamento da unidade de controle que fica no vagão. Além disso, é mostrado, de forma resumida, o sistema de estações concebido para tornar o manuseio desses vagões fácil, seguro e controlado, em contato direto com o gerenciamento da rede nacional, garantindo a interoperabilidade.

Os vários componentes de material e o software ainda estão em fase experimental, e, de acordo com os autores, os primeiros resultados são encorajadores e vários atores da indústria e operadoras de transporte e logística já manifestaram interesse e apoio à pesquisa. Novos desenvolvimentos e tesetes estão sendo realizados, tanto por modelos computadorizados quanto por de ensaios de campo reais.

Para mais informações acesse: http://ieeexplore.ieee.org/abstract/document/8005581/